terça-feira, 14 de agosto de 2012

Brasileiros com orgulho...



Não posso conceber sem me convulsionar o Brasil, ou melhor, os brasileiros engolirem com gosto a lavagem que lhes põem na mesa todos os dias. E a parte mais refinada dela é servida de quando em quando, onde é possível, na hora oportuna. Quando mais brasileiros estão sentados para se servir. É gostoso falar abrangente, pois as últimas frases servem para ampla soma de nossa história e, se calculo bem a quantidade de restos e são suficientes, para toda ela.
            Todavia, não quero brincar com o servir nem com o calculus (pedra) para servir, porque parece mesmo que a função da servidão é reservada tão somente ao brasileiro. E, se Galileu cresce com a lembrança do conhecido badalar dos sinos a chamar Pisa à fogueira que se ergue diante da arquibancada do clero e do olhar popular, com os gritos de grandes figuras (Copérnico, Giordano Bruno, etc.) e anônimos a ressoar aos ouvidos; o brasileiro cresce com o chilrear das correntes e o estalar da chibata, a sirene das viaturas policiais e o medo dos cassetetes. “Está brincando comigo?” Alguém perguntaria de pronto.
            É... Tornamo-nos metrópole. A escravidão acabou(?). Utilitarismo, burguesia. Revolução! Revolução... Indústria, automação. Totalitarismo! Burguesia... Revolução! (não, digo, anos 60). Ditadura militar. Protestos, calúnia, torturas, mortes e exílios. Democracia! Democracia? Burguesia...
            Mas, eu me esqueci de falar que na parte dos Totalitarismos, tão bem descritos por Arendt, houve um importante avanço, maduro fruto das tecnociências que a humanidade colheu: é que Goebbels inventou na Alemanha a Propaganda! E hoje, (é pena dizer) não só o brasileiro se serve desse delicioso bem! A Mídia (que fartura!) está em todo lugar! E não podemos reclamar da fome, como o brasileiro Josué de Castro, há lavagem para todos!
            No Distrito Federal como em São Paulo (como em qualquer outro lugar, pena) os magnatas fornecem os ingredientes e a receita para que os jornalistas mantenham viva a opinião pública. E é assim que se sabe sobre o denominado Santuário dos Pajés, derradeiro recanto indígena do umbigo egocêntrico do país; é desse modo que se sabe sobre os estudantes baderneiros brasilienses e paulistas, sobre a ocupação da reitoria da USP(2011); é assim que se sabe sobre a GREVE das Federais, etc, etc. 

Texto de 2011, com o final modificado...

Nenhum comentário: